sábado, 31 de março de 2012




OBSERVANDO À EDIÇÃO DA FINAL DO BBB12

Nada, nem ninguém será como antes, fala Bial.
Aliás, nem nós, depois de tamanha decepção. Um programa que tinha tudo pra dar certo e nem a produção nem o povo gado permitiu que o BBB 12 emplacasse.
16 participantes, com perfis completamente distintos convivendo, certamente teríamos bem mais em contexto e uma final espetacular. O povo brasileiro não tem essa homogeneidade que tantos dizem ao afirmar que os eleitos no BBB refletem o povo brasileiro, então poupem-me!

O programa começou com 36 milhões de votos e ao final tivemos pouco mais de 43 milhões. Se lembrarmos dos paredões de Yuri e de Monique podemos afirmar que talvez o total não bateu estes números, não me recordo exatamente, mas durante a edição a diferença do número de votos entre o início e o fechamento da votação se fez bem maior o que nos leva a concluir que, a partir desta época a audiência foi em queda como o Ka-boom (brinquedo de parque de diversões).
Por que será? Porque depois destes dois serem eliminados pouco mais importava na sequencia do jogo e tanto fazia qualquer decisão para os paredões e a final que sucederia. Uma final previsível demais com participantes que não movem paixões, simples, não é?
Talvez nos minutos que antecediam a decisão final, eu preferisse estar como em 2009 quando a diferença entre os três finalistas se fez nas casas dos décimos de porcentagem.

Bial chamou o público para que assistisse uma relação tensa ou intensa entre os dois finalistas. Provável que exatamente por isso, o @boninho tenha dito que Fabiana era uma boa jogadora, já que Fael, se tivesse alguém mais honesto e “normal mentalmente” ao seu lado, nem programa da final teríamos, porque os editores não teriam dado conta da edição do programa pelo sono gerado na mesmice por dias.
Uma mesmice mentirosa já que Fael defendia sua placidez na humildade e nenhum deslumbramento com o que vivia no confinamento.
Fael veterinário formado, filho de política de cidade pequena (desconhecido e simplório passa longe nesta situação), peão de grandes arenas de rodeio (vitorioso já é outra história que não me preocupei em conferir).
Não estou aqui para julgar se a tal prova do laço, espora ou qualquer que o valha, é cruel com os animais, muito menos se veterinário deveria ou não participar de uma. Não sei se os animais são sacrificados ou se são tratados a “pão de ló” naqueles rodeios que ele diz que são de qualidade. Nesse âmbito de análise, fico no fato de que Fael contou no programa como trata seu animal de estimação. O gato, que ele cuida com tanto carinho, mas que sai nas madrugadas a procura de fêmeas para perpetuar a espécie.
Qual o problema? O problema é que o gato é tão “bisonho” que em nenhuma das vezes que vai “prevaricar” volta ileso “pimpão”. Volta é sempre “estrupiado” precisando de intensos cuidados veterinários (destruído como ele disse). O veterinário em questão, cuida do animal com remédios, boa comida e carinhos, para logo em seguida deixa-lo solto para mais uma “diversão” sua e de seu dono, já que Fael se diverte com a “macheza” de seu dileto bichinho. Muitos dos confinados perguntaram o por que de Fael não castrar o animal, já que sempre se machuca tanto. Fael defende a não castração por pena e porque o animal ficaria “sem graça”, pouco brincalhão.
E daí? Daí que a comiseração, no meu entender, deveria pairar no fato de tanta falta de aptidão, do bicho, ao preservar a espécie e por este motivo se machucar tanto e mesmo assim passar longe do pensamentos de seu dono, tal proteção, já que o importante é divertir o veterinário, por ser um animal “viril”. E ainda os animais nascidos destes cruzamentos ficam largados a própria sorte.

Voltando a edição...
Por sabermos quem receberia a “bolada” tiraria nossa vontade de assistir a final com tanta apreensão? Não, claro que não! Isso já aconteceu, mas vale lembrar que naquela época, a pessoa em questão movia muito mais paixão, pois dávamos o “troco” em pessoas que moveram tanto descontentamento popular. Eram os “mauzinhos” que estariam “pagando seus pecados”.
Nesta edição quem receberia o “pagamento” era uma pessoa que chegou até ali, por ser o menos pior na decisão. Ou por outro lado, o competidor que ficaria em segundo lugar, sim, moveu nos voyeurs raiva, desprezo... por fim indignação de como a edição e a produção podem interferir no jogo. A grande maioria tinha em suas mentes a única vontade de bater recordes de rejeição e não de aprovação ao outro. Pasmem!
Comum assistirmos na torcida, observadores, voyers... não satisfeitos com o que viram dos confinados durante os 3 meses prometerem, talvez sem depois conseguir cumprir, que jamais assistiriam outro BBB. Esse ano, o que mais assistimos foram pessoas abandonando blogs, grupos de amigos em redes sociais, entre outros locais que se dedicam a publicar mais que o site oficial, contando e analisando a sequencia do jogo, no meio do caminho, por total indignação com a forma clara de intervenção da produção do reality e não pelos confinados. Sendo assim, desta vez, quase consigo concluir que quem se foi, desse grupo de fãs do programa, não retorne mesmo no ano que vem, para assistir o BBB 13. A produção é que decepcionou demais e como ela provavelmente não mudará, como acontece, com os confinados todos os anos, provavelmente não teremos novas tentativas de apreciação.
Ao que Bial nos chamou pra assistir, mostra não os fatos que levaram a esta “parceria” nos finalistas e sim um discurso de ambos os lados defendendo o seu próprio comportamento de uma possível visão do público ao romance que a produção teimou em criar com as edições. Fica claro que poucos acontecimentos significativos, teríamos para provar o “laço de amizade” entre eles.
Bial faz, a primeira menção a participação do restante do grupo usando uma das questões levantadas no jogo. Uma possível participação sem muito peso para o jogo ter chegado até esta final. Ela, a grande protagonista desta edição teve seu nome citado, Monique, que perambulou por todos arquedutos comportamentais dos confinados. Tanto na amizade deslavada de preconceitos esteriotipados, como o simples fato de se moldar a simples boa convivência para que todos conseguissem ter um período sem grandes desgastes emocionais, em resumo, a imagem real do que é saber estar em um grupo sem que para sua permanência houvesse a necessidade de “destruir” seu oponente em prol do premio milionário que estava em jogo. Esta pegou para si todos os dissabores de picos emocionais, sem que tenha os usado em agressão a seus parceiros de confinamento como a Fabiana o fez.

Na nossa telinha vimos a caricatura de cada um, nos convidando, a assistir momentos inesquecíveis e insuportáveis do confinamento.
Vimos graça, brincadeiras, parceria, amor, em suma envolvimento entre seres humanos e até momentos realmente insuportáveis para ilustrar a edição.
Onde eu achei problemas? No momento em que terminei de assistir o quadro e ter a certeza que os editores foram obrigados a rememorar tudo e somente o que aconteceu antes que só restassem os praianos no jogo, porque depois que todo o grupo da Selva esteve fora da competição, a maresia do ar praiano impediu que acontecesse qualquer momento que ilustrasse este tópico de apresentação em resumo de um reality.
E o romance que sempre esperamos ver quando homens e mulheres bonitos se conhecem e convivem? Foram obrigados a colocar uma estrangeira pra que isso acontecesse no ambiente praia. Vocês vão dizer que estou colocando o Jonas como um da selva, e isso não pode. Claro que não! Jonas se envolveu em beijos com duas silvícolas, mas a que tudo indica pela amostragem dos fatos, que elas assim decidiram que seria e não o contrário. Estamos entendidos?

Voltamos ao segundo bloco do programa onde o Bial deixa o aviso que a próxima seleção de candidatos a serem confinados para o programa do próximo ano estará aberta no dia seguinte ao término deste. Ou seja, o quanto mais rápido pudermos esquecer este melhor. Hehehehe! Nunca antes tivemos inscrições abertas tão cedo, será medo em deixar que o público pense que o BBB com tal insucesso vingue acertadamente mais uma edição do reality?
Bial fala da matéria prima essencial e entrega comovente de quem topa entrar para o confinamento. Para isso escutamos o Rafa falando do tema do BBB 13 “ A gente vive junto, a gente se dá bem. Não desejamos mal a quase ninguém”. Mais uma vez a edição foi procurar idas e vindas de uma época onde havia personagens da selva no confinamento. A ordem cronológica dos fatos sequer foi respeitada. Mas também, o que fariam com as últimas duas semanas de confinamento no tocante entrega, comover e fazer a façanha tecnológica e artística valer o empenho da equipe?

Enfim, sós os dois finalistas... E aí que a produção foi obrigada a montar uma festa de todas as festas, onde para prender a atenção do público, usou-se a emoção dos dois ao assistir um resumo do confinamento em várias telas distribuídas no jardim da casa.
Fabiana mais parecia revoltada com o que via, tendo a total certeza que os dois naquele momento em hipótese alguma seriam foco do evento.
Fael, ao contrário, visivelmente emocionado ao relembrar tudo o que viveu nos últimos 3 meses e poder com as imagens recordar de pessoas importantes para o que estava tendo o privilégio de aproveitar.
Mais uma vez, neste momento pudemos ter a certeza do quanto teríamos de diferença percentual, entre os dois, como resultado da votação que seguia. Não devo esquecer de ressaltar que somente os primeiros 20 minutos de festa, onde estavam atônitos com a novidade no jardim e os momentos finais, depois de tanto o Fael implorar que Fabiana se divertisse o mínimo possível, agradecendo a oportunidade de estar na final disputando o prêmio foi evidenciado.
No intervalo destes dois momentos, quem assistiu ao vivo, seja no PPV ou no site da globo.com, pudemos ver ele realmente envolvido e emocionado com o presente da produção e ela comendo, ou triste, ou pensativa e até deitada por tanto tempo, que a levou a dormir naquele ambiente que era pra ser de comemoração.
Bial faz então menção aos dois distintos grupos que se formaram no confinamento SELVA contra PRAIA, e só assim, um contra o outro, por serem tão diferentes e por isso só poderiam mesmo se tornar oponentes no jogo de convivência. E continua...
“A mania da praia é não arrumar ideia. A ideia da selva é dominar, mudar, mover o mundo. A ideia da praia é agradecer ter mundo. E sem a ideia da selva a roda não teria sido inventada”. Fica claro que nem mundo existiria se não fosse, nos primórdios dos tempos, o que move o “mundo” (confinamento) não tivesse sido colocado no jogo. E foi exatamente assim que assistimos, porque se só de sol, sal e areia tivesse ficado o BBB, teríamos morridos secos e esturricados a esperar que alguém lhe trouxesse de graça um copo de água potável, ou um alimento cozido pelo fogo que a selva também dominou.
Sinto dizer, mas colocar que a selva teria se queimado? Como assim? Não era o DOMÍNIO do fogo para desfrutá-lo com maestria e o que foi comentado? E justo por este motivo a praia sobreviveu!
Se não fosse por este final mal ajambrado no discurso para justificar a vitória da lambança da produção em dar sequencia ao que tomou como ideal pra esta edição, teria sido um dos discursos mais sensacionais em resumo do jogo.
Vimos então uma charge ao som de “nós vamos invadir sua praia” em paródia mostrando o que foi o jogo. A mesmice, a falta de comprometimento sendo invadida pela agressividade de fazer as coisas acontecer. O literal entendimento por parte da Selva que permanecer na “brisa” esperando as coisas “caírem do céu” os levariam a morrer de “fome” com a “comida servida sobre a mesa”.
O que pode e o que deve ser feito quando escolhido e confinado para ajudar a criar o entretenimento?
“Os Mandamentos da Boa Convivência”.
Mais uma vez Monique é citada exemplificando o grupo. “Como diria Monique. P-A-Z <> BRIGA!”
Uma alusão a afirmar que até as discussões mesmo que descabidas, sem que haja agressão física, são abençoadas quando o público quer assistir apenas convivência entre os seres humanos. Mais uma vez pudemos sentir que sem os silvícolas esse ano não teria existido entretenimento.
A amizade que pode ser construída mesmo quando há um premio ao final do jogo vira foco. Tantos ainda duvidam dessa possibilidade, mas enfatizo que não duvido e sinceramente faço votos que consigamos ver este enlace apaixonante em tantos quantos BBBs ainda se façam presentes em nossa telinha no início de cada ano.
A antologia dos clássicos do BBB.
Foi bom assistir tantos momentos maravilhosos dessas 11 edições que antecederam a esta. Lembro de cada um dos que me fizeram “amar” ou “odiar” seres “desconhecidos”.
E sim, digo-me voyeur, mas não me considero pervertida, mesmo que alguns ainda classifiquem desta forma, o se “plantar” na frente do computador por 3 meses o máximo de tempo possível, como um vício.
Amo o exibicionismo e se não fosse uma praticante, talvez nem estivesse aqui escrevendo o que penso pra deixar livre vagando na rede.
A Monique com o sofrimento pela solidão e grandiosidade da importância de um inanimado ser seu refúgio em momentos de lágrimas, lá a Mª Eugenia, hoje um Robô do BBB..
Bial encerrou o programa justificando seus discursos, enigmáticos ao longo da edição, que de enigma pouco tinham.
Bial, deu sim, muitas dicas de como estavam sendo vistos cada um e cada comportamento dentro da casa. Justo por esta forma nada velada de se pronunciar, cada qual da praia tomou para si a razão e decisão de “defenestrar” a Selva. Isso, sem mencionar os grandes erros ao colocar questões tão polemicas, como se fossem brincadeiras infantilóides, ao invés das palavras graves que mereciam receber, tentando omitir a realidade de fatos que fugiam a compreensão do público que só assiste a TV Aberta, mas lia em jornais o quão pesado e desonesto foi a sequência deste.
Bial coloca os dois como vitoriosos, por méritos e motivos, que sinceramente não encontrei na trajetória de nenhum dos dois.
Usou Bob Dylan: “A vida é triste! A vida é um porre! Tudo o que você pode fazer é o que você deve fazer. Você faz o que tem que fazer e faz direito.” Só me faltou entender o que de direito fizeram.

Fala de Fabiana como tendo uma “bigbrodagem”, que ainda não tínhamos visto. Discordo mais uma vez, já que vi em outras edições e até mesmo nesta, pessoas muito mais arraigadas a fazê-lo e sem usar os outros para isso. Ser por si e para proveito próprio sem que haja a necessidade de “desgastar” a figura daquele que está ao seu lado.

Fael é colocado como aquele que tenta omitir aquilo que é. Uma pessoa que vive tentando esconder seus erros, mas que não consegue vitória neste intento. Esta enganação ao público, para que fique o registro, ao tentar esconder a verdade sobre si. Uma pessoa que teria disposto a mostrar-se por inteiro, tem uma desculpa; O fato de ser carismático. Demonstra carinho com seus olhos. Até o fato de simular a “matutez” com a aparente desconfiança nas pessoas que estavam ao seu redor, além de uma grosseria velada e submissa a momentos de descontrole. Retilíneo para aqueles o observam de frente e rapidamente, mas cheio de curvas e abismos para aqueles que resolveram não comprar uma decisão do conceito enfiado goela abaixo do público, que a produção fez lá atrás quando anunciou um matuto dos confins do Brasil. E o pior ainda viria na conclusão. Fael fez o certo, fez o que tinha que ser feito. Mas ele fez o que? Alguém pode me contar?

Encerro minha visão sobre o confinamento do BBB 12 com a seguinte conclusão:
Para assistirmos Comédia, Drama, Pastelão, Brigas, Determinação, Beleza, Romance, Desilusão, Insolência e claro, a certeza que a emoção de uma lembrança nos fará sorrir depois. E exatamente por isso que o BBB foi criado neste formato que tanto encantou multidões por 9 anos. Sinto muito, ao chegar à conclusão que tanto a produção comandando torcidas com suas edições do programa para levá-lo ao público da TV Aberta, moveu o “povo gado” que nos deu este ano, a final sendo decidida por pessoas que “tão pouco” fizeram no confinamento.